segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Dia 26 de Agosto - Córsega e Sardenha - ÍtacAventura 2014

Depois de conhecermos razoavelmente algumas das estradas daquela região ligeiramente a sul de Bastia e depois de termos batido a costa praticamente toda da ilha, com excepção da região oriental, decidimos sair cedo de Bastia. É verdade que nos mapas a estrada que liga Bastia a Bonifácio parece ser a única estrada da Córsega com rectas, mas como não conhecemos o trajecto nem o fluxo de tráfego, decidimos não arriscar porque o ferry para a Sardenha tem de ser apanhado nesse mesmo dia, pela tarde. No dia seguinte, não podemos mesmo perder o ferry de volta a Barcelona.

Partindo de Bastia pela nacional que atravessa a ilha, começámos logo a perceber que esta era uma estrada muito mais rápida. Os quilómetros nas estradas em que tínhamos rolado até aqui eram longos e demorados e nesta podíamos fazer contas ao tempo de forma quase linear, era possível manter velocidades de 80 a 90 quilómetros horários. Por isso mesmo, apesar de ser uma estrada muito menos panorâmica e interessante que as restantes, possibilitou-nos paragens tranquilas, como a de Porto Vecchio, que, pese o calor, nos deu tempo para descansar um pouco. Os enchidos da ilha, o lonzu, o coppa, a salciccia e o queijo tradicional foram utilizados no pão e deram um almoço belíssimo mesmo antes de passar alguns minutos descansados à sombra, tomando um café numa esplanada mesmo no centro de Porto Vecchio. Depois tornámos à estrada em direcção a Bonifácio. O ferry partia às 20 e isso deixava-nos tempo suficiente para procurar praias próximas dali e voltar um pouco mais tarde para conhecer a pequena vila de Bonifácio que se eleva sobre as enseadas por dentro das muralhas de um antigo forte plantado mesmo no limiar da falésia.

Conhecemos ainda maravilhosas praias, onde mergulhámos e nadámos nas águas cristalinas e tépidas. Deixámos as motos na areia, praticamente junto a nós e aproveitámos os últimos minutos que tínhamos na ilha da Beleza. Deslumbrados.

Bonifácio é muito mais bonito e mais entusiasmamente do que se pode adivinhar quando se chega de ferry pelo pequeno porto. Ao entrar nas muralhas, toda uma cidade antiga se mostra, de ruas estreitas e muito movimentadas, de casas brancas sobre o que julgo recordar ser um substrato de arenito muito claro que se reflecte na cor da muralha e praticamente de toda a vila. Fomos a tempo de beber as últimas Pietra's num tasquinho castiço, de muito bom gosto e com pequena esplanada. Depois embarcámos e fizemos tranquilamente a viagem de regresso. Uma longa noite ainda nos esperava.

Depois de desembarcar, o caminho de volta até Santa Teresa de Gallura era muito difícil. A estrada não estava cuidada e praticamente não tinha sinalização, nem sequer marcações. A humidade prejudicava a visibilidade e rolávamos muito devagar. Uma estrada a evitar pelas horas de escuridão, sempre que possível. Ainda assim, quando o relógio deu a meia-noite e o dia mudou para 27 de Agosto, parámos para que todos, sob o céu estrelado da Sardenha, me pudessem dar os parabéns. Foi um momento memorável, apesar de não podermos parar para festejar. Passámos uma noite com frio, num bar, depois dormimos no chão junto ao porto de ferries, até que pudéssemos embarcar para uma nova jornada pelo Mediterrâneo, mas Barcelona estava já ali, 12 horas depois.

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