segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Dia 23 de Agosto - Córsega e Sardenha - ÍtacAventura 2014

Iniciámos o dia já conquistados pela Córsega. População amigável. Cerveja deliciosa e uma gastronomia típica visível em todo o lado. A Córsega tem características muito próprias, de todos os pontos de vista. Do ponto de vista da natureza, a sua geologia, morfologia e biologia são deslumbrantes, tal como  cobertura vegetal e as baías com praias ou magníficas enseadas e falésias. Há montanhas que se elevam a várias centenas de metros de altitude. Do ponto de vista da actividade desportiva, há-a para todos os gostos, sendo particularmente divulgada por esta altura a relacionada com desportos na natureza e desportos de aventura. Canyoning, canoagem, montanhismo, caminhada, entre outros, são muito visíveis pela ilha. O sentimento popular, apesar de não termos tido oportunidade de conhecer em profundidade, também aparenta ser caracterizado por hábitos mais característicos que regiões meramente turísticas. Há uma vivência regional, de facto, traduzida nos produtos tradicionais e nas práticas gastronómicas, bem como num certo regionalismo e orgulho corso, também certamente relacionado com a longa luta dos corsos pela independência.

Começámos o dia 23 numa Decathlon para comprar uns remendos para um dos nossos colchões insufláveis e depois arrancámos rumo ao norte, cruzando o maciço granítico, pleno de afloramentos de grandes superfícies rochosas. Apesar de todo o maciço ser granítico, tal como todo o maciço ocidental da Córsega, existe uma extraordinária variedade na vegetação e nas características dos afloramentos. De rocha clara e cinza a um rosa fundo, quase vermelho, passando por regiões de rocha mais escura, há uma hibridização notável da rocha magmática. Isso mesmo gera paisagens absolutamente únicas. Quando a estrada se aproxima do mar, a paisagem toma-nos. A montanha lança-se ao mar, o mediterrâneo mostra-se em todo o seu esplendor, nas águas límpidas, os ventos quentes, algumas encostas suaves, algumas escarpas e isso tudo se combina de forma sublime num conjunto em que o viajante se sente constantemente tentado a encostar para fruir, para captar o momento. As águas límpidas, de um azul inesquecível rodeiam toda a ilha, tal como faziam na Sardenha e são um convite permanente à praia.

Nesse caminho, atravessam-se inúmeras aldeias e pequenas vilas, algumas delas situadas em locais de rara beleza. Piana, uma das mais belas aldeias francesas, fica neste troço de estrada e é um local incontornável para quem viaja perto de Porto-Ota. Ao entrar na região de Ota, em direcção a Porto, a rocha torna-se cor-de-rosa e tem imensos afloramentos. A estrada, muitas vezes, é cavada por entre blocos. A paisagem é única. Descer para Porto, leva-nos por uma estrada lenta, com muitas curvas apertadas e muito estreita, sem bermas, mas rodeada por rocha, como se entre paredes ou entre a parede e o precipício, em alguns troços. A placa de "Património da Humanidade" vê-se ao chegar à região da baía de Porto-Ota.

Lá em baixo, junto a um pequeníssimo porto, um muro separa a aldeia do mar. Alguns pequenos hóteis e esplanadas estão encaixados na encosta sem se imporem além do necessário. É uma paisagem e um local de privilégio. Almoçámos junto às motos, sobre o muro. Tomámos o café numa das esplanadas, com uma temperatura perfeita. Nenhum hotel se atreve a não usar o "parque de motos" como atractivo e percebe-se porquê. Há muitas motos e muito mototurismo na Córsega.

De Porto-Ota para Calvi, pela linha de costa ou próximo. Infelizmente, não pudemos conhecer tão bem quanto gostaríamos esta que é uma cidade de significativa dimensão, nem a sua citadela, porque o tempo é de certa forma apertado. Ficámos num Parque de Campismo sobre a Baía de Calvi.

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